Pré-Historia
Foram encontrados na Freguesia de Vinha da Rainha vestígios da presença do homem, desde o período neolítico, que ajudam a definir o modo de vida dos povos que aí se instalaram primitivamente. Do trabalho de exploração realizado, na freguesia no séc. XIX resultou o conhecimento e descoberta da chamada Estação Neolítica do Forno da Cal, de que hoje nada resta. Este sítio, identificado em 1892, numa fase de avançado estado de destruição, foi durante bastante tempo o único local do país a fornecer elementos sobre a alimentação e economia dos povos neolíticos. Supõe-se que este povoado remonte ao IV milénio Antes de Cristo e tenha correspondido ao primeiro povoado estável do homem no território de Soure. O Outeiro do Forno da Cal situava-se a uns 300 metros para norte da Igreja Matriz, na margem sul do Mondego, junto ao rio Pranto, possivelmente num antigo braço do estuário do Mondego, numa zona de campos alagados. Tratava-se de um outeiro de rocha calcária que, em 1877, quando se procedia à exploração de uma pedreira, pôs a descoberto testemunhos da época neolítica, entre os quais uma cripta, com cinco esqueletos humanos, voltados a oeste, junto dos quais se encontravam vasos de louça, pederneiras, búzios e outros moluscos. Descobriram-se, pouco depois, outras criptas funerárias que, tal como as primeiras, foram destruídas pelos trabalhadores, que o fizeram na convicção de que nada valiam. Só vinte anos mais tarde é que o arqueólogo Dr. Santos Rocha, tendo conhecimento do achado, realizou no local uma pequena exploração, tendo feito outras descobertas e colhendo objetos que fazem hoje parte do Museu da Figueira da Foz. Ali se encontram expostas desta estação neolítica alguns vestígios, entre os quais, machados de pedra polida, lâminas de facas de sílex, lascas de sílex e quartzite, fragmentos de lareira e de restos de cozinha, cerâmicas empastadas em tufo calcário. |